O ano era 1993. Depois de uma década pra ser esquecida – na qual venceu apenas dois estaduais, o Cruzeiro enfim voltava a vencer competições importantes. Começara a década vencendo a Supercopa da Libertadores em 91 e 92 e sonhava com uma volta à Taça Libertadores da América, competição que não disputava desde 77. E o caminho mais curto era a Copa do Brasil, que ainda não tinha esquentado, mesmo já estando em disputa desde 89.Para o Grêmio, que no ano anterior estava na Série B do Campeonato Brasileiro, a conquista do título seria a retomada das grandes conquistas e a volta à Taça Libertadores, que o clube não disputava desde 90.
No jogo de ida, 0x0, em Porto Alegre, ficando tudo para o Mineirão.No jogo da volta, 70 mil pagantes foram ao Mineirão, obviamente a grande maioria para prestigiar o time do Cruzeiro. A equipe mineira tinha dois desfalques importantíssimos: o zagueiro Luizinho (machucado) e o meia Boiadeiro, com a Seleção Brasileira (pois é, não é coisa recente a CBF atrapalhar a vida dos clubes). Além dos desfalques, o Cruzeiro tinha que jogar com a cautela, pois um gol do Grêmio obrigaria o time de Minas a fazer dois, devido ao critério dos gols fora.Mas logo aos 12 minutos de jogo, Roberto Gaúcho chutou de longe e a bola passou no meio das pernas de Eduardo. Frangaço e 1×0 para o Cruzeiro no placar. Roberto Gaúcho era dúvida para o jogo – em razão de uma gripe – e durante a comemoração fez gestos para Sérgio Cosme, treinador do Grêmio, pois o mesmo havia preterido o jogador no começo de sua carreira. Mas a vantagem durou pouco e, 13 minutos depois, Pingo escorou escanteio da direita e empatou. O 1º tempo terminou empatado e o título estava nas mãos do Grêmio.
Mas logo na volta do intervalo, aos 20 segundos, Cleisson escorou cruzamento do lateral Paulo Roberto e tranquilizou a torcida cruzeirense. Curiosamente, Paulo Roberto começou sua carreira no Grêmio, sendo inclusive campeão da Libertadores e do Mundo pelo Grêmio. O Cruzeiro ainda pressionou em busca de mais um gol que garantiria o título e também reclamou em dois lances de supostos penais. Mas o placar não se mexeria mais até o fim do jogo.
Festa em Minas: primeiro dos quatro títulos do Cruzeiro na Copa do Brasil.
Ficha Técnica:
Cruzeiro: Paulo César, Paulo Roberto, Célio Lúcio, Róbson, Nonato; Rogério Lage, Ademir, Cleisson; Roberto Gaúcho, Éder Aleixo, Edenilson.
Técnico: Pinheiro
Grêmio: Eduardo, Dida, Paulão, Luciano Dias, Jackson; Jamir, Pingo, Carlos Miguel, Juninho; Dener e Charles Baiano
Técnico: Sérgio Cosme
Melhores Momentos: