Sabe aquela velha história em que amigos de um colégio resolvem se unir para jogar futebol? Foi assim, há exatos 115 anos, que um dos gigantes do futebol mundial surgiu. O ano era 1897, em Turim, norte da Itália. O nome surgiu exatamente por ser fundado por jovens estudantes italianos e ingleses que frequentavam o Massimo D’Azeglio Lyceum, por isso Juventus (com “J” mesmo, utilizado no Piemontês e não no Italiano). Acolhera o rosa como oficial por se tratar de uma cor ligeira e divertida, como deveria ser a equipa em campo.
Três anos depois, em 1900, ingressou no Campeonato Italiano, vencendo-o pela primeira vez em 1905. No ano seguinte, por conflitos internos, parte da diretoria sairia e viria a fundar o Torino, hoje o maior rival local da Vecchia Signora (o famoso Derby della Mole).
Neste período o clube passaria por uma situação inusitada, que mudaria uma de suas marcas: encomendando o uniforme na Inglaterra, os kits enviados perderam a coloração rosa na viagem, e o clube passaria a ser Bianconero. No entanto, as riscas pretas e brancas verticais davam, segundo os integrantes do clube, uma aura de força implacável que acabaria por se tornar na nova imagem do clube.
Edoardo Agnelli, proprietário da Fiat, viria a adquirir os direitos sobre o clube em 1923, ano em que se iniciaria o domínio da equipe sobre o futebol italiano, sobretudo na década seguinte, com cinco campeonatos conquistados. Já a época de 1951-52 viria a ser emblemática. O clube de Turim receberia a “Golden Star for Sport Excellence”, já que seria o primeiro clube italiano a atingir a marca de dez scudettos conquistados. Ainda neste ano, Omar Sívori seria o primeiro jogador da Vecchia Signora a vencer o prêmio de Futebolista Europeu do Ano.
Vários foram os grandes craques que estiveram nestas épocas envergando o manto Bianconeri: Giampiero Boniperti, Roberto Bettega, José Altafini e o emblemático zagueiro Gaetano Scirea.
Depois de vários anos, a década de 80 seria marcada pela passagem de Giovanni Trapattoni, conseguindo a segunda estrela dourada (20 scudettos), tendo por quatro anos seguidos o Futebolista Europeu do ano no seu time, Paolo Rossi, em 1982, e Michel Platini em 1983, 1984 e 1985, sendo o recorde até hoje. O francês ainda viria a marcar o gol do primeiro título da equipe da Copa dos Campeões Europeus, em 1984-85, contra o Liverpool, lembrado pela Tragédia de Heysel, em que 39 pessoas (na sua maioria torcedoras da Juventus) foram mortas quando um muro do estádio desabou.
A Juventus voltaria a ser protagonista alguns anos depois, sob o comando de Marcello Lippi, em 1994, conquistando o Campeonato Italiano depois de 10 anos de jejum. Ciro Ferrara, Roberto Baggio, Gianluca Vialli e o jovem Alessandro del Piero foram alguns dos destaques da época. A Vecchia Signora levou ainda a Liga dos Campeões da Europa (antiga Copa do Campeões), desta vez sobre o Ajax, e foi vice-campeã do torneio nas duas temporadas seguintes, ainda com grandes nomes, como Zinédine Zidane, Filippo Inzaghi e Edgar Davids. Depois de passagem breve pela Internazionale, Lippi voltou ao clube trazendo consigo Gianluigi Buffon, David Trezeguet, Pavel Nedved e Lilian Thuram, ídolos de uma nova geração, e assim, na virada do milênio, conquistaria mais 2 schudettos.
Foi então que a bela história da Juventus teve uma mancha negra, com o “Calciocaos”, escândalo do qual viria a ser protagonista, perdendo os títulos conquistados em 2005 e 2006, sendo rebaixada à serie B e com alguns grandes nomes saindo clube, como Paolo Cannavaro, Patrick Vieira e Zlatan Ibrahimovic. Subiu na temporada seguinte, 2006-07, conquistando uma vaga para a Liga dos Campeões, surpreendendo muita gente. Salienta-se a permanência de grandes ídolos no clube mesmo nesta fase difícil, como Buffon, Nedved, Del Piero e Trezeguet. Outro fato importante para a época foi o retorno do clube para as mãos da família Agnelli, tendo como presidente Andrea Agnelli, ajudando a recuperar a confiança e o valor da instituição, fortalecido com a construção do estádio próprio, a Arena Juventus, motivo de orgulho para a apaixonada torcida.
A Juventus amargou seis anos difíceis, ficando em posições abaixo de seu status, até obter no êxito com a chegada de Antonio Conte ao comando técnico, sendo campeã de forma invicta na temporada 2011-12 e estando, até completar esses 115 anos, sem qualquer derrota desde então no Campeonato Italiano.
Ainda como fatos relevantes, segundo pesquisa de 2011, o time possui a maior torcida da Itália (executada pela Demos & Pi), e foi o primeiro clube (seguido por Ajax e Bayern de Munique) a ter vencido os três troféus europeus de clubes, além de ser a única equipe no mundo a ter ganho todos os campeonatos internacionais oficiais.
“Eles são fortes, mas nós somos a Juve”! (Lilian Thuram, ex-lateral-direito da Juventus e Seleção Francesa)
Sou torcedor da Juventus desde 1993 quando vi a juve ser campeã da copa da uefa.São mais de 20 anos de amor e satisfação.