A liderança do Cruzeiro no campeonato Brasileiro tem uma parcela de contribuição das categorias de base do clube. Contratado sob a tônica da renovação, Marcelo Oliveira deu chances a alguns garotos na equipe principal, além dos reforços buscados, a maioria jovens ou destaques da Série B de 2012.
Em parte, algumas oportunidades para os jogadores da base apareceram graças a desfalques no time titular. Foram os casos de Mayke e Vinícius Araújo, os garotos mais bem-sucedidos até aqui. Eles substituíram os lesionados Ceará e Borges (respectivamente), e vêm tendo seguidas chances na equipe titular.
Quando Ceará se machucou logo no início da temporada, a expectativa era que o clube contratasse outro lateral direito. O garoto Mayke era pouco conhecido e muitos achavam que ele não daria conta do recado, seja pelo mero desconhecimento, seja pela idade do rapaz. Mas, com poucos jogos, o lateral ganhou confiança e teve atuações de destaque.
Mayke tem 1,78m, e seu vigor físico remete a Maicon, ex-dono da camisa 2 do Cruzeiro e da seleção brasileira. Mas sua principal qualidade é a maturidade. O jogador ataca como um lateral experiente, sem medo de errar, atacando o lateral adversário, tem um bom passe e uma ótima visão de jogo. Uma de suas principais características são as ultrapassagens, geralmente chegando à linha de fundo, coisa rara nos laterais contemporâneos.
O ponto a ser trabalhado no garoto é a parte defensiva. Algumas vezes, o rapaz se perde na marcação, mas se recupera rapidamente, graças a sua força física.
Mayke hoje é titular incontestável do Cruzeiro, com o experiente Ceará no banco de reservas. Com um reserva desse nível, qualquer deslize pode custar ao garoto sua vaga no time, o que serve para mantê-lo sempre alerta.
Desde o início da pré-temporada de 2013, Marcelo Oliveira vinha observando Vinicius Araújo. O jovem marcou gols em praticamente todos os jogos-treino e chamou a atenção por sua bela capacidade de finalização.
Convocado para a Seleção Sub-20 para participar do Torneio de Toulon, na França, Vinícius foi artilheiro e campeão. Quando voltou ao Cruzeiro, Borges se machucou novamente, e a paciência com Anselmo Ramon havia esgotado. Veio, então, a grande chance do garoto.
Com 1,76m, Vinicius Araújo tem biotipo semelhante ao de Kléber Gladiador (seu ídolo, refletido no número 30 de sua camisa). A princípio, os dois são semelhantes até na fisionomia, mas as coincidências param por aí. Vinicius é um centroavante que flutua para as duas pontas, recompõe o meio campo e não costuma perder chances de frente para o goleiro. A finalização, boa com as duas pernas, é o seu ponto forte, e seu jogo aéreo não deixa a desejar.
Mesmo sem marcar muitos gols, Vinicius vem ajudando o Cruzeiro com algumas assistências, e seu entrosamento com Ricardo Goulart parece que já vem de longa data.
Além dos dois jovens titulares, o Cruzeiro ainda tem bons garotos sempre como opção de jogo:
O meia atacante Élber é um exímio velocista, habilidoso e possui boa finalização. Teve chances com Marcelo Oliveira e não as desperdiçou. No Campeonato Brasileiro fez bons jogos, mas se lesionou antes da parada para a Copa das Confederações e voltou recentemente aos gramados.
Wallace é zagueiro e faz dupla com Dória Seleção Sub-20. Os dois formaram uma excelente defesa, sólida e forte no Torneio de Toulon. O jovem não vem tendo chances no Cruzeiro, pois Dedé e Bruno Rodrigo não dão chances. Alto, forte, rápido e com uma boa recuperação, Wallace espera a sua chance na zaga cruzeirense.
Allisson é um meia-atacante rápido, com bom passe e muito inteligente. Ganhou chances no início da temporada e foi bem em todos os jogos, mas uma contusão o afastou do time. No tempo em que se contundiu, foi envolvido em uma troca com o Vasco. Jogou algumas partidas, mas, após a volta de Juninho Pernambucano, perdeu espaço. Pediu para voltar ao Cruzeiro e a diretoria cruzmaltina não se importou. Alisson é um jogador a ser observado de perto, pois se trata de um talento acima da média.