
Foto: Reprodução
Por Eduardo Jenisch Barbosa
Entre o revolucionário John e o santinho Paul, embora seja fã de ambos, sou mais Lennon e o seu utópico desejo de mudar o mundo. Entre o bom moço Pelé fazendo lista de melhores de todos os tempos para a FIFA e Maradona contestando a entidade, sou mais a rebeldia indomável de Diego. “Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal”, já dizia o marido de Yoko Ono.
Tatuagem de Che Guevara na pele e personalidade na mente. Este é Don Diego Armando Maradona. Ainda guri, revelou dois desejos: jogar uma Copa do Mundo e, claro, conquistar a glória máxima e sair campeão. Com uma canhota inigualável e um sonho no coração, atingiu ambos os objetivos, sem esquecer, obviamente, do gol ilegal mais legal de todos os tempos, a travessura mais cativante, a mão de Deus.
E, o maior e mais bonito gol de todas as Copas do Mundo. Uma fileira de ingleses ficando pelo caminho. Uma nação representada por um pé esquerdo. A bola que encontra as redes. O êxtase argentino e o delírio de Victor Hugo Morales, que, em uma das narrações mais emocionantes da história, agradeceu a Deus por Maradona e pelo futebol.
Prefiro sempre os heróis que são humanos em toda a sua essência. Com os acertos e erros. Nada de mascarar realidades. El Pibe de Oro é o eterno rebelde, o sangue revolucionário nas veias. A poesia em forma de jogador. A alegria muito próxima à tragédia, que remete ao tango. E o sonho que nunca se acaba.
Futebol é muito mais do que um esporte. A peleja não acaba em 90 minutos. E personagens como Diego são eternos. Pelé é o atleta perfeito, tem cuidado com o corpo e a mente. Certamente, para os jovens, o exemplo esportivo a seguir.
Maradona é o imperfeito que atingiu a perfeição. E justamente as mazelas tornam sua história ainda mais grandiosa. Fica aqui minha singela homenagem a Don Diego, o John Lennon do futebol.
Parabéns, Diego!