Copa sendo realizada em apenas três estádios, todos de uma mesma cidade
Foi o que ocorreu em Montevidéu, no Uruguai, na copa de 1930. A título de comparação, no Brasil serão 12 estádios em 12 cidades. O recorde aconteceu em 2002, no Japão e na Coréia do Sul, onde 20 estádios em 20 cidades foram utilizados. Ainda assim, a Copa de 2014 será a mais cara, a que distribuirá maiores prêmios, a que será vista pelo maior número de pessoas e a que teve mais ingressos requisitados.
Técnico boliviano apitando partida em que técnico romeno atuou como assistente
Fato também ocorrido na primeira Copa da história. O treinador da Bolívia, Ulisses Saucedo, apitou a partida entre Argentina e México, cujo placar foi 6 x 3 para os sulamericanos. Nessa mesma partida, o árbitro assistente era o técnico da Romênia, Constantin Radulescu, situação absolutamente impensável nos dias atuais. O profissionalismo da arbitragem, embora sem ainda atingir sua excelência máxima em alguns aspectos (especialmente no Brasil), nunca foi tão evidente e ordenado. Somente para 2014, foram eleitos 25 trios de arbitragem, além de 8 duplas de apoio. Ao todo, serão representantes de 44 países. O conjunto brasileiro será formado por Sandro Meira Ricci, com os auxiliares Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Van Gasse.
Kielholz, da Suíça, marcando três gols jogando de óculos comum de grau
Isso aconteceu em 1934. As novas tecnologias propiciam o uso de óculos esportivos, mais seguros, porém, os árbitros devem ser cautelosos em relação à sua utilização, principalmente por jogadores jovens. Um atleta recentemente marcado pelo uso do acessório foi o meia holandês Davids, já aposentado. Atualmente, a medicina oferece opções cirúrgicas para correção de distúrbios como miopia e astigmatismo.
Jogadores treinando no convés do navio
Em 1934, a Seleção Brasileira partiu para disputar a sua segunda Copa do Mundo sem qualquer planejamento. A viagem, de doze dias de duração, ocorreu a bordo do navio “Conte de Biancamano”, único meio viável de transporte de grandes distâncias na época. Os treinos visando à preparação física do grupo, assim como em 1930, eram realizados no convés do navio, espaço totalmente inadequado. A evolução dos meios e condições de preparação física é notória nos dias de hoje. Além de viagens mais curtas, o planejamento é estudado e concluído meses antes do torneio. Para a Copa de 2014, a Alemanha, insatisfeita com as opções de hospedagem no Brasil, construiu seu próprio centro de treinamento na pequena cidade de Santa Cruz Cabrália, na Bahia. O complexo envolve 13 casas, um campo de futebol e um centro de imprensa, além de todas as demais instalações necessárias.
Atacante brasileiro saindo do Brasil com 70kg e chegando à Copa com 79kg
Também em 1938, a maioria das viagens eram feitas de navio, sem nenhum acompanhamento ou norma para a alimentação dos atletas, o que fez com que o atacante Romeu chegasse à França “um pouco” acima do peso. Com equipe de nutricionistas, fisiologistas e demais profissionais à disposição, as refeições dos jogadores das seleções atuais é controlada de forma cada vez mais rigorosa, inclusive nos longos percursos e estadias.
México jogando com a camisa do Cruzeiro-RS na derrota por 2×1 para a Suíça, em Porto Alegre. Ambas as equipes só levaram camisas vermelhas
O fato propiciou ao Cruzeiro-RS o título de único clube brasileiro a “jogar” uma copa do mundo, a de 1950. Em meio às inúmeras parcerias milionárias entre seleções e fornecedores de material esportivo e estoque farto de camisas e calções, com até três modelos de uniforme por time, as chances de vermos uma ocorrência deste tipo nos dias atuais são mínimas, para não dizer inexistentes.
Suíça abrindo 3 x 0 sobre a Áustria, levando a virada e perdendo por 7×5
O famoso jogo dos 12 gols de 1954 ainda é o recorde de tentos em uma mesma partida na história das Copas do Mundo. No entanto, atualmente, nem a mente suíça mais pessimista consegue imaginar sua seleção, famosa pelos ferrolhos defensivos, levando 7 gols em uma única partida. Em 2006, os suíços foram responsáveis por outro recorde: foram eliminados da competição sem sofrer um único gol.
Mesmo com um placar que os classificava, atletas brasileiros chegaram a chorar no ônibus antes de saber que estavam nas quartas de final
Fato de 1954. Os jogadores simplesmente não sabiam que um empate contra os iugoslavos classificava os dois times. Os brasileiros lutaram até o final e, sem conseguir alterar o 1×1 no placar, alguns atletas chegaram a chorar no ônibus antes de saber que estavam nas quartas de final. A desorganização da delegação brasileira ficou notória e virou motivo de chacota da imprensa da época. Situação inimaginável para qualquer seleção nos dias de hoje, tamanho o acúmulo de informações e notícias sobre as regras e a competição, inclusive a respeito dos resultados de partidas ocorridas num mesmo horário.
Xeique invadindo o campo e convencendo o juiz a anular um gol
A confusão aconteceu quando Alain Giresse marcou o quarto gol da seleção da França contra o frágil Kuwait em jogo válido pela fase de grupos da copa de 1982. Cercado pelos atletas kuwaitianos, que reclamavam da legitimidade do gol, o árbitro da partida se viu em uma situação embaraçosa quando o xeique Fahid Al Ahmad Al Sabah, irmão do emir e presidente da Federação de futebol do Kuwait, adentrou o campo e o convocou para uma conversa a respeito da jogada. Convencido, o juiz toma a decisão surpreendente de anular o gol. Embora em 2014 ainda haja diversos casos de escândalos de arbitragens e teorias conspiratórias sobre jogos comprados e vendidos, a cena de um líder de país invadindo um jogo frente às câmeras do mundo todo para reivindicar e “negociar” diretamente com o homem do apito são nulas.