
Foto – Getty Images: Explosão holandesa após Krul pegar o último pênalti e colocar a Laranja nas semis
Holanda e Costa Rica podem ser classificadas como duas surpresas das quartas de final desta Copa do Mundo, principalmente (até de forma meteórica) a seleção da América Central. Os costarriquenhos dispensam comentários: apontados por muitos como o possível saco de pancadas do Mundial, acabaram avançando para o mata-mata do certame passando pelo teórico “grupo da morte”, que contava com Inglaterra, Itália e Uruguai, e, melhor, como líderes, com duas vitórias e um empate. Posteriormente, nas oitavas, venceu a Grécia nas penalidades e fez mais história.
Os holandeses também acabaram sendo a surpresa de seu grupo. Muitos apontavam os comandados de Louis van Gaal como um adversário do Chile para a disputa do segundo lugar daquele Grupo B, enquanto outros (inclusive eu) colocavam a Holanda como segundo colocada, adversária do Brasil nas oitavas, quando pararia. Passou com três vitórias, nove pontos e, nas oitavas, derrotou o México de virada, perto do final do jogo, e carimbou a passagem para as quartas.
Após uma Eurocopa de 2012 pífia, quando terminaram como lanternas e sem vitórias em seu grupo – que tinha Alemanha, Portugal e Dinamarca -, pouco se esperava da Holanda neste Mundial. A partir da Euro, a seleção passou por várias mudanças e, desde que van Gaal assumiu, passou a contar também com a presença de jogadores mais jovens e que atuam na Eredivisie.
Mesmo com a equipe sendo composta também por jogadores já consagrados, como Robben, van Persie, Sneijder e Huntelaar, esperava-se que a falta de experiência dos jovens fosse um empecilho para os holandeses neste Mundial. Acabou acontecendo o contrário, com vários deles se destacando (Blind, Depay, de Vrij, Cillessen e outros), o que transformou a Holanda em uma grata surpresa da Copa, junto com a Costa Rica, sua adversária deste sábado (5).
Quis o destino colocar os holandeses e a grande sensação centro-americana frente a frente neste Mundial e, ao medirem forças, quem acabou levando a melhor, por muito pouco, foi a Laranja. Desta vez, contrariando as quatro últimas partidas, o destaque da seleção não foi Robben ou van Persie, mas sim o técnico Louis van Gaal e o goleiro Tim Krul. Van Gaal porque, surpreendentemente, tirou Cillessen no último minuto da prorrogação – causando revolta e indignação do próprio goleiro e de muitos torcedores -, e Krul, que entrou em seu lugar, pegou dois pênaltis e ajudou sua seleção a dar mais um passo rumo ao título inédito da competição.
Foi por pouco, foi sofrido, mas a Holanda está nas semis da Copa. Contra a Argentina de Lionel Messi, fará o duelo das duas melhores campanhas da Copa. Resta saber se conseguirão ter forças para derrotar os hermanos e novamente – só que agora de forma surpreendente – chegar a uma final de Copa do Mundo. Depois do que ocorreu neste sábado, na Arena Fonte Nova, palco de grandes espetáculos deste Mundial de 2014, motivação para isso não irá faltar.