No século XXI, não foi difícil relacionar o protagonismo do Atlético de Madrid aos seus centroavantes. De Fernando Torres a Diego Costa, passando por Sergio Agüero, Diego Forlán e Falcao García, todos se destacaram, ganharam status mundial e saíram como ídolos. Na atual temporada, a tônica tem sido um pouco diferente. Com Mario Mandzukic oscilando entre boas e más partidas, os artífices do setor ofensivo colchonero são dois meias, já conhecidos do grande público: Koke Ressurección e Arda Turan. Pelos pés da dupla, começam (e às vezes até terminam) as jogadas mais perigosas do time de Simeone em 2014-2015.
Xodós da torcida, Koke e Arda tiveram seus nomes ventilados a possíveis transferências após a histórica temporada do Atléti em 2013-2014. No entanto, nunca esconderam o desejo de continuar fazendo história em Manzanares. Em curva ascendente na atual campanha, o Atlético só melhora e a influência da dupla sobre essa evolução (especialmente no aspecto ofensivo) é inegável. Com os dois saudáveis, todo o entorno melhora. Griezmann não para de ser acionado, Mandzukic recebe bolas em condições reais de gols e Gabi e Tiago ganham ajuda na volância.
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Arda começou a temporada lesionado, mas sua influência em campo foi notada logo em sua estreia. Contra o Real Madrid, no Santiago Bernabéu, bastaram 20 minutos para o turco mostrar toda sua qualidade. Naquele dia, Arda organizou o até então bagunçado ataque colchonero, criou ocasiões e foi premiado com o gol da vitória. A torcida do Atlético de Madrid criou o “Ardaturanismo”, uma espécie de movimento que faz referência à capacidade do turco de jogar uma partida sempre com muita felicidade. Dificilmente você verá “El Mago Turco” se desentender com um rival em campo.
Há algum tempo, o meia de 27 anos não conseguia se firmar com regularidade no Galatasaray e foi vendido ao Atlético de Madrid sob baixa expectativa. Desde então, ele só cresce. Porém, quando falamos em progresso, não podemos esquecer de Koke. O promissor segundo volante da base do Atlético virou um ponta de classe mundial nas mãos de Diego Simeone. Com 3 gols e impressionantes 13 assistências na temporada, o espanhol, comparado frequentemente a Xavi nas canteras, mostra que vai longe na carreira. Koke é fundamental nos cruzamentos vindo dos lados dos campos, é disciplinado taticamente e se movimenta com brilhantez.
Koke já havia atuado muito bem naquela que foi considerada sua temporada de afirmação (na opinião desse colunista, um dos três melhores meio-campistas em 2013-2014). Agora, não para de evoluir e vive um momento especial. Mais maduro, o espanhol começa a ser imprescindível também para a seleção espanhola. Um ano para não se esquecer deste ótimo jogador.
A dupla é perfeita ao sistema de Simeone. Mais adaptados a circular pelo campo com liberdade, trocam de posições com frequências em determinadas fases da partida, o que confunde o adversário. Eles exploraram sua criatividade sem deixar de finalizar e sempre têm opções de passes que dão sequência às suas jogadas. Se o Atlético de Madrid sonha em repetir o título espanhol e a final da Liga dos Campeões, precisa contar com Koke e Arda bem na fase aguda da temporada.