O não tão longínquo ano de 2004 faz os amantes da alternatividade no futebol suspirarem ainda hoje: a Grécia eliminou França, R. Tcheca e na final bateu Portugal, conquistando o título europeu.
O Once Caldas eliminou Santos, São Paulo e venceu o Boca Juniors na final da Libertadores da América, surpreendendo o continente.
O eterno saco de pancadas Bolivar chegou à final da Copa Sulamericana. O Santo André bateu o Flamengo em pleno Maracanã na final da Copa do Brasil.
Foram tantos exemplos de times ‘’alternativos’’ se destacando que o ano de 2004 é considerado o máximo da alternatividade futebolística no futebol mundial. Mas 2014 pode entrar na disputa, como mostraremos a seguir.
Campeonato Paulista
Com uma sólida campanha na primeira fase, o Ituano eliminou ninguém mais ninguém menos que o Corinthians. O time do interior terminou em segundo, atrás do Botafogo de Ribeirão Preto. Nas quartas, o time de Itu eliminou a equipe que revelou Sócrates Raí para o mundo e chegou à semi contra o Palmeiras, time de melhor campanha na primeira fase. Um Pacaembu lotado viu o time do interior tirar o Palmeiras da disputa com um gol no final do jogo. Na final, mais surpresa: o Ituano venceu o Santos por 1×0 na primeira partida, perdeu por 1×0 na segunda e bateu a equipe da Baixada nas penalidades, faturando o título. Outro destaque na competição foi a Penapolense, que chegou à semi final, vendendo caro a eliminação contra o Santos.
Campeonato Espanhol
Com uma campanha com apenas 4 derrotas, o Atlético de Madrid fez 90 pontos na competição e conquistou o título. O time de Simeone não teve nenhuma derrota para Real Madrid e Barcelona na competição e conquistou o título num ‘’confronto direto’’ contra a equipe de Messi em pleno Camp Nou, na última rodada. Os Colchoneros jogavam pelo empate e viram Sanchez abrir o placar para o Barça. No segundo tempo Godín empatou para o Atlético, a equipe manteve o resultado e levantou o caneco.
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Liga dos Campeões
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Se o feito do Atlético de Madrid em território nacional já foi surpreendente, os resultados na Liga dos Campeões foram assombrosos. Na primeira fase, a equipe fez seis jogos e não perdeu, com cinco vitórias e um empate. Nas oitavas, eliminou o Milan, vencendo os dois jogos e somando 5×1 no placar agregado. Nas quartas, empate no primeiro jogo contra o Barcelona (1×1) e vitória por 1×0 no segundo, quando o placar saiu barato para os comandados de Tata Martino. Na fase seguinte a vítima foi o Chelsea de Mourinho: empate em 0x0 no Vicente Calderón e vitória por 3×1 em Stamford Bridge. Na final o time vencia o Real Madrid até os 93’ de jogo, mas um gol de Sergio Ramos tirou o título do primo pobre da capital espanhola. Na prorrogação o time de Cristiano Ronaldo fez três gols e conquistou a orelhuda. Mas a campanha do Atlético de Madrid ficou na história da equipe e da competição.
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Libertadores da América
A maior competição da América do Sul não poderia ficar de fora e, em termos de alternatividade, foi a recordista do ano. Considerado um dos grandes na Argentina, o San Lorenzo era a única equipe com esse status no país a jamais ter vencido a competição. E após a primeira fase parecia que a escrita seria mantida, já que o time do Papa Francisco fez campanha insegura e avançou ao mata mata com apenas 8 pontos. Nas oitavas, eliminou o Grêmio, segunda melhor campanha da primeira fase, em plena Arena do Grêmio. Nas quartas a vítima foi o Cruzeiro, Campeão Brasileiro em 2013 e que repetiria a campanha nesse ano. Na semi, um surpreendente rival: o Bolivar, eterno saco de pancadas na América, mas que nesse ano surpreendeu. Na final, uma surpresa ainda maior: o pequeno Nacional do Paraguai, que chegou à decisão após eliminar Vélez, Arsenal, e Defensor – URU. O time paraguaio fez jogo duro na decisão, mas acabou sendo derrotado por 1×0 na derradeira partida após empatar em 1×1 o jogo de ida.
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Copa do Mundo
Na mais importante competição do futebol, um festival de surpresas, começando já na primeira fase. No Grupo B, a Espanha perdeu para Holanda e Chile e chegou à última rodada eliminada. No Grupo C, considerado por muitos o mais equilibrado, a Colômbia enfileirou três vitórias e terminou na ponta de forma incontestável. No D, o ‘’da morte’’, a Costa Rica apresentou futebol sólido e eliminou Inglaterra e Itália, terminando na ponta da chave. O Uruguai ficou com a segunda e os europeus, considerados favoritos para avançar, voltaram para casa mais cedo. No Grupo G, Cristiano Ronaldo pouco fez e viu Portugal ser eliminado pelos EUA. No H, a Argélia arrancou um empate contra a Rússia na última rodada e chegou às oitavas pela primeira vez na sua história.
Se na primeira fase tivemos um festival de zebras, no mata-mata elas diminuíram mas ainda apareceram. O Brasil foi salvo da eliminação já nas oitavas nos momentos finais da prorrogação, após chute de Pinilla explodir no travessão. Nas penalidades, Júlio César brilhou e a equipe avançou. A Colômbia seguiu surpreendendo e não chances ao Uruguai, mandando a Celeste de volta para casa mais cedo. A Holanda esteve próxima de cair no confronto contra o México, mas com gols de Sneijder aos 88’ e Robben aos 94’ o time de Van Gaal virou o jogo e avançou às quartas. No confronto mais alternativo da competição, a Costa Rica eliminou a Grécia nos penaltys e chegou às quartas. A Argélia fez jogo duríssimo contra a Alemanha nas oitavas, vendendo caro a eliminação para os futuros campeões do mundo.
Nas quartas, as zebras se despediram: a Costa Rica chegou à disputa de penalidades contra a Holanda, mas uma manobra de Van Gaal – que substituiu o goleiro – impediu o pequeno país de alcançar um feito ainda maior na competição. A Colômbia encarou o Brasil e perdeu por 2×1, mas como consolação viu James Rodriguez levar a Chuteira de Ouro para casa, após marcar seis gols e dar duas assistências competição.