(Por Mathias Pessoa Albuquerque)
Um fim de semana repleto de despedidas de ídolos eternos. Jürgen Klopp, Didier Drogba, Steven Gerrard, Xavi Hernández, Andoni Iraola, Sebastian Kehl são exemplos – em extinção – de devoção a um clube.
23 e 24/05/2015 não foi um fim de semana nada comum. Foi de despedidas emocionantes e sentimentais no futebol moderno.
Jürgen Klopp, que ajudou a reerguer o gigante Borussia Dortmund, conseguindo derrubar o poderoso Bayern ganhando dois campeonatos alemães e levando o clube de volta a uma final de Champions League e ao cenário mundial. A irreverência e sinceridade características do treinador jamais serão esquecidas.
Sebastian Kehl, capitão do próprio Borussia Dortmund, onde jogou por 17 temporadas seguidas e viveu os bons e maus momentos do clube da muralha amarela. Uma frase dita por Klopp resume bem a relação entre Dortmund e seu eterno capitão:
“Você não pode ser mais jogador do BVB do que o “Kehli”
https://www.youtube.com/watch?v=clb4FkMVTOo
Didier Drogba, com quase 400 jogos pelo Chelsea, 9 temporadas, autor do gol de um jogo praticamente perdido que levou a decisão para os pênaltis em que ajudou a conquistar o título mais importante da história dos Blues em 2012. Além de ter sido protagonista em dois títulos ingleses e participado de outros dois como importante influência.
Andoni Iraola, eterna bandeira, capitão e camisa 15 do Athletic Bilbao. Em seus 12 anos como profissional do clube, o lateral foi sempre marcado por sua humildade e liderança silenciosa dentro de campo. Os 4 x o em pelo San Mamés, com direito a um belo gol de despedida do homenageado, fizeram jus a excelente trajetória do líder dos leones.
E por último, deixei estes dois, os jogadores que mais me emocionam e resgatam o que para mim é o mais bonito – e raro de se ver hoje em dia – em qualquer esporte coletivo. A relação duradoura com a entidade que te proporcionou oportunidade de aparecer para o futebol e o carinho com a torcida que apoia. Resumidamente, o amor pelo clube, que é demonstrado através da lealdade eterna, Xavi Hernández, que passou 24 anos da sua vida no Barcelona e um dos meus ídolos, Steven Gerrard, que passou 27 anos no Liverpool:
https://www.youtube.com/watch?v=7TlQdHTweEo
De um lado, Xavi fez parte da maior equipe da história do Barcelona com 4 Champions, 8 espanhóis, e é o jogador espanhol com mais títulos da história.
https://www.youtube.com/watch?v=R7fwI_1_oSI
Do outro lado, Steven Gerrard, que se não conseguiu ter um currículo tão laureado quanto Xavi, mostrou ser tão leal quanto o espanhol – ou mais. O inglês resistiu aos assédios de gigantes europeus como Milan, Real Madrid e Chelsea, ficando no Liverpool e ainda conseguiu, num dos jogos mais emocionantes que já vi, conquistar a Champions League de 2004-05.
Os dois, além de meio-campistas versáteis, completos, craques e vencedores demonstraram que a autorrealização do jogador não necessariamente está na quantidade de zeros que o mesmo possui na conta bancária, marketing gerado e carros de última geração. Além de grandes jogadores, foram jogadores de caráter. Nunca se deixaram balançar por propostas muito mais interessantes financeiramente de outros clubes e sempre enalteceram a paixão e vontade de permanecerem em suas “casas” enquanto fosse possível. São dois jogadores que serão eternizados nos seus clubes, por serem exemplos, dentro e fora de campo.
Como Doente por Futebol, só tenho a agradecer por sua contribuição na história e terem proporcionado momentos inesquecíveis no futebol. Além de tudo isso, muito obrigado por se tornarem exemplos profissionais para muitos e serem ídolos na história de muitos torcedores apaixonados.
O futebol agradece!