
XI da Juve contra o RM | Foto: Facebook Juventus
Mudando o comandante, mas mantendo a base que ganhou o tricampeonato italiano, a Juve não caiu em grupo muito difícil na UEFA Champions League 2014/15. Os duelos contra Malmo (SUE), Olympiacos (GRE) e Atlético de Madri (ESP) davam boas perspectivas ao elenco de Massimiliano Allegri, o último comandante a bater a Juve na disputa pelo título italiano, em 2010/11 com o Milan.
Nas últimas três temporadas, Antônio Conte, que assumiria a seleção Italiana deixada por Prandelli após a Copa do Mundo de 2014, havia conseguido como melhor resultado uma classificação às quartas com a Juve. Na temporada 2012/13, caiu para o campeão Bayern antes da semifinal. Na temporada seguinte, ficou na primeira fase, atrás de Real Madrid (campeão) e o Galatasaray.
A chegada de Allegri não foi vista com bons olhos pela torcida bianconeri e o começo também não foi fantástico. Na Champions, a estreia contra o Malmo não encheu os olhos, apesar da vitória. Mantendo a estrutura de Conte, com três zagueiros, a Juve perderia para Atlético e Olympiacos, ficando em uma condição complicada no grupo.
Na visita dos gregos à Itália, a Juventus precisava desesperadamente da vitória. Foi aí que Allegri começou a mostrar suas ideias, sacando o 3-5-2 e armando o time em um 4-3-1-2. Cáceres, que vinha jogando na zaga, perderia a vaga para Marchisio, que integraria um losango com Pirlo, Vidal e Pogba, atrás de Tévez e Morata. Coincidência ou não, a Juve venceu o Olympiacos, virando o jogo em dois minutos.
A volta contra o Malmo marcou a terceira vitória da Juve na Champions, que, combinada com o triunfo do Atlético sobre o Olympiacos, deixou os italianos a um empate da vaga nas oitavas. O empate veio no duelo contra o Atlético de Simeone, deixando a Juve em 2º lugar do grupo e a colocando de frente com o Borussia nas oitavas de final.
O duelo de ida contra os alemães marcou a lesão de Pirlo, que o tiraria da volta, mas também a imposição dos italianos em casa, que, com gols de Tévez e Morata, a dupla do 4-3-1-2, venceram o Dortmund por 2×1. O gol de Reus na Itália deu alento ao time de Klopp, destruído por mais dois gols de Tévez e um de Morata. Placar elástico e solidificado pelos três zagueiros, que voltaram no fim para dar consistência contra a pressão.
Foi apostando na solidez defensiva que o Mônaco foi à Itália buscar um bom resultado para definir em casa – até então, os franceses haviam sofrido quatro gols em oito jogos. Não fosse o duvidoso pênalti marcado em Morata e convertido por Vidal, o time do principado sairia com um 0x0.
Sem Pogba, lesionado, Allegri voltou ao esquema com três zagueiros, segurando a pressão do Mônaco, que, das 15 finalizações, acertou apenas uma. Com o 0x0 e a vitória no agregado, a Juve voltava a uma semifinal de Champions após 16 anos. A última vez havia sido na temporada 1998/99, quando caiu para o campeão Manchester United.
Nas semifinais, encontro com o Real Madrid de Carlo Ancelotti, Cristiano Ronaldo e Gareth Bale. Mesmo Madrid que a Juve havia eliminado no último encontro dos dois nas semifinais em 2002/03, coincidentemente, a última vez que a Juve foi a uma final de Champions.
Sem Pogba, Allegri não recorreu aos três zagueiros, pois precisava vencer. Espalhou seu 4-3-1-2 no 4-4-2 do Real, com Sturaro no time titular. O gol de Morata mostrou os erros defensivos do Madrid, que conseguiu o empate com o letal Cristiano, até que Tévez tirou a igualdade do placar em cobrança pênalti. Na volta, com Pogba, o mesmo 4-4-2. Imposição física e tática para correr atrás do empate após novo gol de Cristiano em pênalti discutível. Ele (o empate) veio com Morata.
A Juve calava o Santiago Bernabéu para chegar a sua 8ª final. Nas últimas sete, dois títulos: 1984/85 sobre o Liverpool e 95/96 sobre o Ajax, nas penalidades. Nas outras cinco finais, o time italiano não obteve sucesso, permitindo o tri ao Ajax em 1972/73 e o título ao Hamburgo em 1982/83. As duas derrotas seguidas em 1997 e 1998, para Dortmund e Real Madrid, também entram no hall das derrotas, junto ao triunfo do Milan, em 2003, na Inglaterra, com brilho de Dida nos pênaltis.
Com sete vitórias, três empates e duas derrotas, a Juve chega a Berlim após marcar 16 gols e sofrer apenas sete. O time italiano tem em Tévez, seu artilheiro com 7 gols em 12 jogos, a maior esperança do tricampeonato europeu. Será suficiente contar o favorito Barcelona de Messi, Suárez e Neymar?