Pela quarta vez em quarto jogos de eliminatórias, Dunga mudou o time. Se nos dois primeiros jogos perdeu Neymar, contra a Argentina trocou Oscar por Lucas Lima e contra o Peru apostou em Renato Augusto na vaga do meia santista. Outra “novidade” foi Douglas Costa, que voltou ao onze inicial, além de Gil que substituiu David Luiz.
Mas mais do que peças, o treinador mudou o esquema tático e algumas dinâmicas da equipe. Assim como no Corinthians, Renato se alinhou a Elias, com Neymar ocupou a frente ofensiva. Aos lados, Willian e Douglas muito incisivos nas ações pelos lados do campo.
A saída de bola melhorou com a dupla alvinegra, fruto também o entrosamento. O 4-1-4-1 preencheu melhor o meio campo, mas teve algum problema de lentidão no centro dessa saída. A presença de Renato liberou mais Elias, volante preso nos jogos anteriores. Como no gol de Douglas Costa, que fez a diagonal com Willian e concluiu o cruzamento do atacante do Chelsea.
Os peruanos até tiveram chances de gol, buscaram pressionar a marcação e envolver com velocidade nos minutos iniciais, mas a única boa chance parou em Alisson, na finalização de Guerrero. Até o gol de Douglas, juntou as linhas atrás, com um ponta fechando uma última linha de cinco e esvaziando o meio.
Willian e Douglas inverteram na volta do intervalo, mas mantiveram a intensidade e a velocidade diagonal. Como nos gols de Renato Augusto e Filipe Luís, ambos em jogadas de Douglas Costa.
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Destaque para um Renato mais solto do que na etapa inicial, quando soltou Elias.
O meia seguiu fazendo a bola rodar, auxiliando a seleção na armação com troca de passes precisos. Até lançou Neymar para o 4º gol, mas o dez brasileiro estava impedido. Aliás, partida bem abaixo do craque do Barça. Pouco habituado a posição de “nove”, Neymar sofreu com a dinâmica que ainda precisa do melhor ajuste.
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A seleção precisa de uma saída mais rápida, uma função mais definida aos laterais e um jogo que também favoreça o talento de Neymar. Hoje a dúvida parece ser Lucas Lima ou Renato Augusto, com Oscar como 3º opção.
Cada jogo pode precisar de um jogador diferente, deu um tipo de dinâmica. Parece que Dunga achou um formato, agora precisa entrosar e dar cancha a “um onze”, além de esclarecer algumas dúvidas como as citadas acima.
Mesmo contra um frágil adversário, a seleção parece começar um bom caminho. Que tenha manutenção, apesar da unânime opinião de que Dunga não é o nome certo para remar este barco.