Era uma vez a Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira foi derrotada ontem (17) pelo Uruguai, em jogo válido pela 4ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, visando a próxima Copa do Mundo, em 2026. Placar de 2 x 0 para os uruguaios, no místico estádio Centenário, em Montevideo, palco do primeiro Mundial, ocorrido em 1930. Um revés que representa muito mais do que apenas um placar adverso. Representa a confirmação da queda brusca de patamar protagonizada pela nossa seleção.

A Seleção Brasileira, pela qual nos apaixonamos desde criança, vive uma crise. E erra quem pensa que esta é apenas fruto de um empate com a Venezuela e uma derrota para o Uruguai. Há anos, o Brasil é um time instável, refém de boas campanhas em eliminatórias, mas que, nos momentos cruciais, se mostra frágil técnica, tática e psicologicamente. Pela falta de qualidade, planejamento e organização, hoje a Seleção Brasileira não passa de uma seleção comum.

Sempre fomos um celeiro de craques. Por pior que seja a geração, o Brasil sempre revela grandes jogadores, muito mais que qualquer outro país. Porém, um dos grandes problemas do turbulento momento de nossa seleção é a dependência contínua por um único atleta. Há quase 10 anos, a Seleção Brasileira sofre de “Neymardependência”. Um craque polêmico, que para muitos desperdiçou o restante de sua carreira ao escolher o futebol árabe, mas que continua sendo, por muito, nossa principal esperança de resultados. Ao lesionar o joelho ontem, deixou as coisas ainda mais difíceis para o futuro.

No futebol, as conquistas e vitórias são eternas, ficam guardadas na memória, nos documentos oficias e nas salas de troféus. Ninguém discute a importância e o tamanho da Seleção Brasileira de futebol. Para sempre seremos o país de Pelé, Garrincha, Zico, Ronaldo e tantos outros gênios que já vestiram a amarelinha. Mas recuperar a vontade e o brilho do torcedor brasileiro em assistir o escrete Canarinho requer mais do que contar apenas com história e tradição.

Uma seleção nacional necessita, acima de talento, de seriedade e comprometimento, tanto para quem veste a camisa como para quem comanda. O Brasil hoje é um amontoado de jogadores, que parecem encarar uma convocação como uma excursão escolar. Seja Fernando Diniz, seja Carlo Ancelotti, ou qualquer outro que esteja na mira da CBF como técnico definitivo, é preciso se reestruturar, mental e futebolisticamente. Caso contrário, continuaremos lembrando apenas dos recentes fracassos, enquanto o sonho de levantar a taça do mundo pela 6ª vez fica ainda mais distante.

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