O decepcionante momento da Seleção Brasileira

Rafael Ribeiro/CBF

Durante coletiva de imprensa antes da partida contra o Paraguai, o técnico da Seleção Brasileira, Dorival Junior, garantiu que o Brasil estará na final da próxima Copa do Mundo, inclusive mandando um “podem me cobrar!” para completar a promessa.

Acontece que, pelo histórico recente do time comandado pelo treinador, o que vemos é um time apático, sem vida, sem vontade e pouco produtivo, com jogadores aquém de suas reais qualidades, acumulando derrotas ou, quando vencem, não convencem.

A bravata tem sido o meio daqueles que estão à frente da Seleção Brasileira de justificar a incompetência. Claro, isso quando não culpam terceiros, como a falta de paciência do torcedor. Há tempos não vemos um desempenho digno desta histórica camisa amarela.

Já tivemos jogadores justificando a presença deles, e o favoritismo da Seleção em certos confrontos nessas Eliminatórias – e na Copa América – apenas pelo campeonato que jogam. Para alguns, a presença na Premier League Inglesa, que é certamente a mais competitiva e dispendiosa entre as principais da Europa, é suficiente. Alguns destes até jogam bem por lá, mas quando se reúnem pelo Brasil, pouco agregam.

Aliás, nenhum jogador tem entregado o que se espera. Até mesmo os estrelados do Real Madrid, campeões de tudo, tem vivido de lampejos com a camisa amarela, isso se jogam alguma coisa. Além disso, nomes fortes que antes eram referência, não passam de um arremedo dentro de campo, cometendo falhas estranhas aos seus status.

E muito se culpa o treinador. Obviamente é um dos principais responsáveis pelos fracassos. Mas lembramos como foi a bagunça para definir o comandante desde que Tite deixou a comissão, após a Copa do Mundo de 2022. Primeiro esperou-se uma “promessa” de Carlo Ancelotti, que se mostrou totalmente irresponsável, já que o treinador italiano não deixou o Real Madrid e jamais deu certeza de que o faria. Neste tempo tivemos o interino Ramón Menezes, que havia conseguido deixar o Brasil de fora dos Jogos Olímpicos; e o “tampão” Fernando Diniz, que após vencer a Libertadores com o Fluminense, só acumularia resultados ruins, acabando por ser demitido. E agora Dorival Junior, finalmente o efetivado.

Nada contra a pessoa do Dorival, ou de quaisquer outros treinadores, mas é visível que não estão preparados para o peso que o cargo carrega. Dorival é um treinador competente, já provou isso em clubes, mas não consegue se impor na Seleção.

Mas quem carrega a maior culpa por todo o fracasso é a presidência da CBF. Não de hoje a entidade se prova incompetente em tudo que faz. Não só na Seleção, mas também ao cuidar de seus campeonatos, já que sempre há atraso na organização de datas, calendários inchados, bem como a péssima arbitragem que sempre gera problemas nos jogos. E estes são só alguns exemplos.

O atual mandatário da CBF é centralizador, foge de entrevistas, mas sempre aparece para tirar fotos e distribuir camisas da Seleção para pessoas famosas. O perfil na rede social da entidade tem vários destes momentos registrados. Em raros casos, quando deu atenção a imprensa, até comentou sobre alguns problemas, mas sem detalhes ou justificativas. E muito menos busca por solução.

E com tudo, cada vez mais, a torcida se afasta da Seleção. Por mais que haja desejo de alguns dentro da CBF de diminuir isso, como comentário do próprio treinador, e até mesmo com a entidade contratando um influenciador durante a Copa América para tentar essa aproximação (o que acabou provocando efeito contrário, obviamente), os preços exercidos em ingressos, a falta de amistoso em estádios brasileiros, e o isolamento dos jogadores em suas redes (que parecem viver em um mundo paralelo de pura harmonia) só causa repulsa dos torcedores.

É triste vez no que a Seleção Brasileira tem se tornado. Antes uma fonte de orgulho para seu povo, hoje só um fardo!

Sair da versão mobile