Samba na cara dos racistas

O ano é 2022, mas, por mais incrível que possa ser, a humanidade ainda dá fortes sinais de que caminha rumo ao retrocesso. Novamente, um episódio de racismo foi manchete no universo do futebol. E a vítima da vez, mais um brasileiro. No fim de semana de clássico madrilenho, entre Real e Atlético, Vinicius Jr foi alvo de comentários, músicas e gestos racistas por parte dos espanhóis. trágico, porém corriqueiro.

Em um programa esportivo de uma TV Madrilenha, o de maior audiência na Espanha, o jornalista Pedro Bravo criticou a forma de Vini Jr de comemorar seus gols, dizendo que na Espanha, é preciso respeitar os rivais e deixar de fazer o macaco. Pouco antes de começar o clássico, a torcida Colchonera entoava cânticos com a letra: “Vinicius eres um mono (macaco)”. Os ataques e a perseguição ao Vinícius na Espanha são completamente fora do aceitável. Prova disso é que Griezmann nunca foi criticado quando dança. Totalmente desproporcional e sabemos bem o porquê.

Infelizmente, episódios como este são cada vez mais frequentes no futebol. Aqui na América do Sul, jogadores brasileiros são constantemente vítimas de racismo por parte de torcidas argentinas, uruguaias, chilenas… Na Europa então, nem se fala. Quem não se lembra de quando jogaram uma banana em Daniel Alves? Associar um negro a “macaquice” dispensa maiores explicações. Aparentemente, na cabeça dos racistas, grave mesmo é um brasileiro, preto, comemorar um gol dançando na casa do adversário.

Como sempre, o roteiro termina com uma tentativa de desculpas por parte do agressor, dizendo que foi “mal interpretado”. Palavras vazias que não acobertaram o verdadeiro caráter de um racista. Vini, assim como todos os outros que sofrem esse tipo de agressão, não precisam dessas desculpas. No campo os brasileiros resolvem. Vitória de 2 a 1 do Real na casa do Atlético, e show de Vinicius e Rodrygo, que sambaram na cara de todos os preconceituosos e arcaicos, incapazes de conviver com as diferenças.

Vocês representam milhares de jovens da mesma origem que a de vocês e outros milhões espalhados pelo mundo, que um dia sonham em estar onde vocês estão. Por isso, bailem, se alegrem, desfrutem e continuem fazendo a alegria de milhões. Como bem disse Vini, não pare de dançar. Seja no sambódromo, no Bernabéu ou onde você quiser.

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