A arbitragem brasileira tem solução?

O futebol brasileiro há muito tempo não é nutrido por uma arbitragem de qualidade. Isso é fato. Ano após ano, a cada jogo que acontece no calendário nacional, erros e erros são acumulados, seja nos campeonatos estaduais ou até nos torneios de peso, Brasileirão e Copa do Brasil. Ontem, 19 de setembro de 2023, outro erro crasso de arbitragem, que foi capaz de camuflar a emoção do maior jogo do futebol brasileiro na atual temporada.

Corinthians e Grêmio protagonizaram um jogo espetacular ontem em Itaquera, na Neo Química Arena, em São Paulo. Duelo adiado, válido pela 15ª rodada do Brasileirão. Um placar de 4 a 4 fazia os olhos de quem ama o futebol brilharem ao ver uma partida com tantos gols, viradas e alternativas. Até que a poucos minutos do apito final, mais um episódio de incompetência da arbitragem brasileira fez com que a repercussão de um confronto tão emocionante focasse apenas na não marcação de um pênalti claro, aos 49 minutos do segundo tempo.

Wilton Pereira Sampaio, árbitro que apitou inclusive a última Copa do Mundo, não foi capaz de ver o braço de Yuri Alberto em posição totalmente anti-natural, assim como seu colega no VAR, Emerson de Almeida Ferreira. Ambos foram afastados pela CBF, que reconheceu o erro claro da equipe de arbitragem, responsável por prejudicar o Grêmio ontem, em São Paulo. Daqui algumas semanas provavelmente já voltarão a atuar em jogos importantes. Já os pontos que não foram conquistados, não só da equipe gaúcha, mas de todos os times já prejudicados em algum momento no campeonato, não voltam mais.

Erros acontecem. Jogadores erram finalizações, passes e cruzamentos. Treinadores erram nas formações, estratégias e substituições. Árbitros também estão sujeitos a marcações equivocadas. Afinal, trata-se de seres humanos. Porém, as inúmeras marcações equivocadas, rodada após rodada, com o auxílio de uma tecnologia que veio para diminuir drasticamente os erros, levanta hipóteses que vão muito além de apenas uma simples falha. Negligência, má intenção, corrupção… a lista vai longe.

Enquanto os clubes não se reunirem em prol de uma reformulação geral na arbitragem e da profissionalização dos árbitros, a arbitragem brasileira vai continuar ocupando o posto de uma das piores, se não for a pior do mundo. A CBF é uma das entidades de futebol mais poderosas do mundo, tem dinheiro de sobra pra resolver ou, no mínimo, tentar fazer isso. Resta saber se realmente querem.

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