Dorival Júnior, um treinador da velha guarda brasileira, é um dos poucos de sua geração que continua em alta no mercado do futebol nacional. É interessante refletir sobre o efeito que o futebol proporciona, pois em pouco tempo nomes consagrados podem perder seu prestígio e logo são rotulados como ultrapassados. Na era do futebol moderno, repleto de treinadores estrangeiros, o professor de 61 anos entrega mais um bom trabalho em sua carreira.
O homem que venceu a Copa Libertadores e a Copa do Brasil em 2022 pelo Flamengo foi demitido no mesmo ano, e o motivo pouco foi mencionado. O que se sabe é que seu ex-clube estava disposto a apostar em um treinador estrangeiro, que tinha poucos sucessos no Brasil, mas uma alta e questionável reputação, e o resultado todos nós presenciamos.
Deixando o passado para trás, cerca de 4 meses depois, surge a proposta do São Paulo, que vinha de resultados ruins e com a demissão de seu maior ídolo, o agora também treinador, Rogério Ceni. É um cenário desafiador, mas que colocaria à prova mais uma vez o valor profissional do treinador.
Após 9 jogos e completando o primeiro mês de trabalho, os resultados são animadores: 5 vitórias e 4 empates, com um aproveitamento superior a 70%. Já é possível esperar mais um trabalho sólido do “mister”. A lição que fica é que é possível se reinventar no futebol e manter um padrão elevado, diferente de tantos outros exemplos que insistem em ter uma visão ultrapassada do jogo. O Santo de casa também pode fazer milagres (quando se reza para o certo).