Sai Paulo Sousa, entra Dorival Junior

O trabalho de Paulo Sousa sob o comando do Flamengo, desde dezembro do ano passado, teve seu ato final na derrota para o Bragantino, por 1 a 0, na última quarta-feira, em Bragança Paulista. Seguindo um roteiro semelhante ao jogo contra o Fortaleza, onde foi derrotado em pleno Maracanã, a atuação do rubro-negro diante da equipe paulista deixou ainda mais escancarados os problemas e deficiências técnicas que assolam o futebol do clube, e culminaram na queda do treinador português. Dorival Júnior será o novo comandante do Flamengo, pelo menos até o fim da temporada.

          Contratado pelo Flamengo após a queda de Renato Gaúcho, demitido após o vice-campeonato da Libertadores para o Palmeiras, no fim do ano passado, Paulo Sousa foi recebido com entusiasmo pela nação rubro-negra, como um possível sucessor de seu compatriota Jorge Jesus. Contudo, o rótulo de treinador e gestor moderno não se comprovou dentro de campo. Desde que assumiu o comando técnico, o Flamengo pouco encantou seu torcedor. O fraco rendimento do time trouxe decepções, como as derrotas na final do Carioca para o Fluminense, na Supercopa do Brasil para o Atlético-MG e uma classificação sem brilho em um modesto grupo na Libertadores, além obviamente, de uma campanha pífia até aqui no Brasileirão.

É natural pensar que o Flamengo irá brigar sempre no topo de qualquer competição. Tem história, tradição, uma torcida gigantesca e apaixonada, e um passado recente de relevantes conquistas (2 Brasileiros e 1 Libertadores) que justificam essa cobrança. Para completar, o clube detém hoje a maior folha salarial entre todos os times da América Latina. Ingredientes mais do que suficientes para montar uma receita de sucesso. Todos esses fatores, porém, esbarraram em uma diretoria de futebol que se mostrou omissa em relação aos erros e perdida nas decisões. Em 6 meses de trabalho, o resultado não poderia ser outro que não um técnico sem a menor sintonia com seu elenco. Hoje, o momento vivido pelo Flamengo é de total contradição com seu glorioso hino: apesar da libra, pouco vibra e pouca fibra.

A chegada de Dorival Júnior, que fazia um bom trabalho no Ceará, será mais um dos inúmeros episódios semelhantes já vistos em outros clubes em momentos turbulentos: um técnico experiente, com uma boa gestão de grupo e que chega com a missão inicial de ajeitar a casa. Dos brasileiros que estiveram no comando do Flamengo após a era Jorge Jesus, Ceni caiu ao perder totalmente o grupo, enquanto Renato foi refém da acomodação de si mesmo e de seus jogadores. Recuperar um clube do tamanho do Flamengo de uma crise é tarefa árdua. Dorival pode ser a última cartada para uma reviravolta na temporada rubro-negra.

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