É praticamente impossível pensar em Champions League sem associá-la ao Real Madrid. Afinal, com o título diante do Liverpool, no último sábado, os merengues conquistaram sua 14ª taça continental. Campeões absolutos da Europa (o Real Madrid tem mais títulos do que todos os times juntos de qualquer país europeu.
O caminho traçado pelo Madrid, até que o troféu mais cobiçado da Europa finalmente retornasse à capital espanhola foi, de certa forma, improvável. Na fase de grupos, classificação sem dificuldades, mesmo após uma inesperada derrota para o Sheriff, da Moldávia. Ainda estavam no grupo a Internazionale e o Shakhtar Donetsk. Por outro lado, nos mata-matas, os merengues encontraram obstáculos no caminho que quase os tiraram da competição.
Diferente do que o Real Madrid nos mostrou em um passado recente, quando conquistou o tricampeonato da Champions entre 2016 e 2018, sob o comando de Zinedine Zidane e atuações monstruosas de Cristiano Ronaldo, 2022 nos trouxe enredo e personagens diferentes. O perfil dominante e avassalador daquele Real foi substituído por um espírito mais reativo e, de certa forma, aflitivo do experiente Carlos Ancelotti. E, se CR7 já não era mais o protagonista, Benzema, Courtois e Vinicius Junior fizeram questão de sê-lo.
Talvez tenha sido o título mais sofrido de toda a rica história do Real Madrid. Por diversas vezes, contra Paris Saint-Germain, Chelsea e Manchester City, nas oitavas, quartas e semifinais, respectivamente, os merengues pareciam vencidos, entregues à eliminação precoce. Mas, os deuses do futebol, parecendo ter uma predileção pelo Real, o resgataram, conduzindo-o à grande final.
Na decisão, novamente um time inglês pela frente, desta vez o Liverpool. Uma pitada de revanche pela final de 2018, marcada pela lesão no ombro sofrida por Salah. Tempos distintos. O estilo de jogo do Real não mudou, com o time sendo pressionado, mas resistindo. Atuação de gala de Courtois, com defesas impensáveis, que merecidamente lhe concederam o prêmio de “Man of The Match”. E, num momento mágico de nosso Vini Jr, o gol do título e festa espanhola. A gloriosa história do maior clube do planeta parece não perder ritmo. 14 vezes dono da Europa.