D’Alessandro: para sempre nas glórias do Internacional
O tempo é implacável! Uma hora ou outra, ele faz com que as despedidas sejam inevitáveis. Para o torcedor do Internacional, infelizmente, chegou a hora de se despedir de um dos jogadores mais emblemáticos e importantes de sua história. E, quem se acostumou a ser protagonista por tantos anos de Inter, não deixaria o futebol como coadjuvante. Na noite de seu adeus aos gramados, D’Alessandro foi, novamente, decisivo.
Desde 2008, quando saiu do San Lorenzo e foi contratado pelo Inter, D’Ale, a cada jogo, oferecia ao seu torcedor um cardápio não só de dribles, passes decisivos e gols, mas também incansáveis demonstrações da raça argentina e comprometimento pela camisa vermelha, que certamente ficarão na memória do torcedor colorado. Aos 41 anos, em sua última atuação pelo Inter, o eterno camisa 10 saiu ovacionado em uma atuação de gala, com direito ao seu último gol na virada de 2 a 1 do sobre o Fortaleza, no Beira-Rio.
Na galeria dos atletas que vestiram a tradicional camisa 10 no Brasil, D’Ale dividiu espaço em sua geração com nomes icônicos de nosso futebol, como Alex, Petkovic, Ronaldinho, Diego, Valdivia e outros. Detentor de características imprescindíveis em sua posição, como posicionamento, cadência e visão de jogo, era ainda capaz de resolver o jogo em um passe perfeito ou numa cobrança de falta. Um camisa 10 clássico, e, além de tudo, capitão e líder. D’Ale foi, por muitos anos, um personagem que, no cenário atual, vem se tornando cada vez mais raro.
Em seus 12 anos no Internacional, D’Alessandro não só deu inúmeras alegrias ao seu torcedor como certamente causou, por vezes, raiva, nervosismo, preocupação e, acima de tudo, admiração aos amantes do esporte bretão. Se você nunca teve um turbilhão de emoções assistindo o argentino, é porque seu time nunca enfrentou o Inter. Dono de uma personalidade forte, muitas vezes explosivo e provocador, que gostava de ‘’apitar’’ o jogo…, mas, acima de tudo, de um talento indiscutível. O que a torcida do Inter sente neste momento se assemelha com o que os fãs do São Paulo sentiram com a saída de Rogério Ceni ou os palmeirenses com a despedida de Marcos. Um ídolo absoluto e eterno.
O fim da era que D’Alessandro construiu no Colorado traz consigo uma perda não só para o time de Porto Alegre, mas para o futebol brasileiro. Em uma época em que os ídolos são cada vez mais raros no Brasil, assistir a um jogo do Inter e não ver um dos camisas 10 mais emblemáticos que aqui jogaram nos últimos anos, certamente provocará um sentimento diferente. 529 jogos, alguns cartões amarelos, expulsões, passes maravilhosos e, precisamente, 97 gols, além de uma magia indescritível. Enquanto esteve em campo, D’Ale honrou a camisa que vestiu e o amor pelo futebol. Não por acaso, é ídolo de um dos maiores clubes da América.