Lionel Messi e Cristiano Ronaldo são mais do que apenas dois dos maiores jogadores de futebol da história e das telas do TonyBet Brazil. São ícones globais. Transcendem o esporte. Impactam a economia, a cultura e, cada vez mais, a geopolítica.
Com o tempo, jogaram por clubes de vários países. Isso ajudou a criar uma nova forma de diplomacia: a diplomacia esportiva.
Nesse cenário, suas passagens por diferentes ligas mexeram com as relações internacionais. Fortaleceram o soft power de certos países. E mudaram a visão do futebol como ferramenta de influência global.
O soft power do futebol
Joseph Nye, criador do conceito de soft power, define esse tipo de influência como a capacidade de atrair e cooptar, em vez de coagir. O futebol, com seu alcance massivo, virou uma das armas mais eficazes desse poder. Messi e Cristiano Ronaldo, líderes de sua geração, se tornaram embaixadores involuntários dos países onde jogaram.
Cristiano Ronaldo passou por ligas como a inglesa (Manchester United), espanhola (Real Madrid), italiana (Juventus) e, mais recentemente, a saudita (Al-Nassr). Sua imagem vai além do campo. Sua ida para a Arábia Saudita foi estratégica. Está alinhada à Visão 2030, plano do governo saudita para diversificar a economia e melhorar sua imagem global. O efeito foi imediato. Houve mais cobertura da mídia, maior interesse no campeonato saudita e um recado claro: o país está apostando forte no soft power esportivo.
Messi teve trajetória marcante na Espanha (Barcelona), passou pela França (PSG) e agora joga nos EUA (Inter Miami). Cada clube teve impacto além do futebol. No PSG, Messi fazia parte de um projeto com ambições geopolíticas. Era financiado pelo fundo soberano do Catar, país que usa o futebol como vitrine internacional — vide a Copa do Mundo de 2022.
Nos EUA, Messi ajuda a fortalecer o “soccer”. Sua presença impulsiona o país como novo polo do futebol. Isso se intensifica com a aproximação da Copa do Mundo de 2026.
Diplomacia esportiva na prática
A diplomacia esportiva se manifesta de diversas formas: promoção de imagem nacional, abertura de diálogo entre nações e até mesmo redução de tensões políticas. No caso de Messi e Ronaldo, seus nomes abriram portas e geraram oportunidades de cooperação internacional.
Na Arábia Saudita, Cristiano Ronaldo tornou-se, inclusive, uma espécie de “embaixador turístico”, promovendo o país em campanhas publicitárias. Isso reforça uma narrativa de modernização e abertura promovida pelo governo, mesmo diante das críticas internacionais sobre direitos humanos. Com ele, outros grandes jogadores foram atraídos à liga saudita, aumentando ainda mais o alcance global do país por meio do futebol.
Messi, por outro lado, também foi nomeado embaixador do turismo da Arábia Saudita, mesmo sem jogar no país. Isso gerou controvérsias, especialmente na França, onde foi criticado por ter visitado o reino durante sua passagem pelo PSG. Ainda assim, sua imagem foi usada como ferramenta de diplomacia e influência, com o objetivo de remodelar a percepção ocidental sobre o país árabe.
Nos Estados Unidos, sua chegada ao Inter Miami foi celebrada como um marco histórico. O contrato envolveu parcerias com gigantes como Apple e Adidas, revelando uma estratégia clara de internacionalização do futebol norte-americano. Messi virou peça-chave na tentativa de reposicionar os EUA como destino atraente para talentos internacionais e investidores esportivos.
Um clássico que molda o mundo
Além das movimentações individuais, o duelo Messi vs. Cristiano Ronaldo foi, durante mais de uma década, o centro de um dos maiores clássicos da história do futebol: Real Madrid vs. Barcelona. Essa rivalidade catalisou a atenção mundial para a Espanha, aumentando a visibilidade do país, o turismo, os investimentos e o prestígio internacional da La Liga. Mais do que entretenimento, os embates entre os dois craques projetaram a imagem da Espanha no mundo, num momento em que o país também enfrentava crises econômicas e políticas internas.
A presença dos dois maiores ídolos do futebol moderno em solo espanhol durante esse período funcionou como um bálsamo nacional e um ativo diplomático. Tornaram o país mais visível, mais atraente e, de certa forma, mais influente culturalmente.
Implicações do Futebol
Messi e Cristiano Ronaldo representam um fenômeno raro onde talento esportivo, marketing global e interesses geopolíticos se encontram. Suas decisões de carreira nunca são apenas sobre o jogo — cada transferência carrega consigo implicações econômicas, culturais e diplomáticas.
Mais do que jogadores, eles são símbolos vivos de como o futebol pode influenciar o cenário mundial. Em uma era onde a imagem conta tanto quanto a força militar ou a economia, Messi e Ronaldo se tornaram protagonistas de uma diplomacia silenciosa, mas extremamente eficaz: a diplomacia do futebol. E enquanto continuarem em atividade — ou mesmo após a aposentadoria —, seus legados seguirão moldando o relacionamento entre nações, culturas e povos.