Há pouco mais de 1 mês, o Atlético-MG anunciava a contratação de Felipão como seu novo treinador, após a saída de Eduardo Coudet, que não agradava boa parte da torcida. Na época, o Galo até fazia boas atuações, se mostrava uma equipe organizada, mas não conseguia obter bons resultados. Com isso, a situação do argentino se tornou insustentável, e a diretoria atleticana foi atrás de Luiz Felipe Scolari, então diretor técnico do Athletico-PR.
A princípio, o alvo principal do Atlético era o português Bruno Lage, de 47 anos, hoje no comando do Botafogo. A ideia era contratar um treinador que tivesse as mesmas características de Coudet. Jovem, estudioso e adepto a um futebol dinâmico e intenso. A recusa do português obrigou o Galo a adotar um plano B: buscar um técnico experiente, gestor de crise e que trouxesse resultados em campo. Com 74 anos, Felipão foi novamente requisitado para ser o “salvador da pátria”.
Desde que entrou em sua “reta final’’ de carreira, o técnico pentacampeão do mundo sempre deixou claro em suas entrevistas que boas atuações seriam o de menos, contanto que os resultados viessem. Foi assim quando esteve no Cruzeiro, em 2020, e no Grêmio, no ano seguinte. Prometia equipes sem brilho, mas que não passariam sustos. Contudo, a chegada de Scolari no Atlético não trouxe os frutos que a torcida e a diretoria alvinegra esperavam.
Desde a sua estreia no comando atleticano, no dia 21 de junho, contra o Fluminense, o elenco ainda não comemorou uma vitória. Um jejum de 10 jogos consecutivos, algo que não acontecia há 31 anos. Um Atlético que, na maioria das vezes, demonstrou mais garra do que organização ou qualquer tática. Afinal, será que a contratação de Luiz Felipe Scolari, praticamente aposentado da carreira de treinador e visivelmente no seu limite em relação à críticas e cobranças, foi a melhor escolha?
Se a sequência de 10 partidas sem vitória já é incômoda, o clima ficou ainda mais pesado após a coletiva concedida por Felipão após a derrota para o Palmeiras, na noite de ontem, pela Libertadores. Respostas curtas, irônicas e ríspidas, sem nenhuma explicação. Proferiu frases do tipo “com esse aproveitamento provavelmente seremos rebaixados” e “o técnico é ruim”, falando de si mesmo, em tom de deboche.
Os próximos dois jogos do Atlético serão cruciais para a permanência de Felipão no cargo. Pelo Campeonato Brasileiro, o Galo enfrenta o São Paulo, domingo, no Morumbi. Na quarta-feira, tem o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores, contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Confrontos complicados para uma equipe já sem confiança e pouca organização. Caso não vença, Scolari provavelmente será demitido, o que representaria talvez um de seus trabalhos mais vergonhosos da carreira, sem conquistar uma vitória sequer.