O ano de 2023 da Seleção brasileira foi marcado por decepções e fracassos, passando por desempenho ruim dentro de campo e polêmicas no comando da entidade que a comanda. Vamos fazer um breve levantamento de como tudo ocorreu neste ano e o que esperar para 2024.
O técnico interino
Quando Tite deixou o comando técnico do Brasil, muito se especulou qual seria a solução para a vaga aberta. O desejo da CBF era por um grande treinador, com muita bagagem futebolística, mesmo que este fosse estrangeiro. A escolha foi, então Carlo Ancelotti.
Como Ancelotti ainda possuía contrato com o Real Madrid, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, optou por escolher um técnico interino até que o italiano pudesse assumir. Fernando Diniz, foi a escolha, dividindo suas funções no Fluminense.
Fernando Diniz na Seleção
As escolhas de Ednaldo foram recebidas de forma dividida. Muita gente ficou feliz com a possível chegada de Ancelotti, mesmo que de forma tardia (apesar dos protestos dos torcedores mais puritanos, contra técnicos estrangeiros). Mas manter um interino, e ainda por cima que não poderia se dedicar completamente, foi bastante controverso.
O próprio nome de Fernando Diniz foi recebido com descrença. Diniz sempre mostrou boas ideias, um futebol muito diferente do habitual dos treinadores brasileiros, mas jamais havia conquistado algo que realmente o credenciasse a assumir o posto de técnico da Seleção.
E foi assim, enquanto levava o Fluminense à glória na Copa Libertadores, acumulava resultados ruins com a amarelinha.
Primeiros amistosos
O primeiro jogo após a eliminação na Copa do Mundo era bastante aguardado, sobretudo pela mudança drástica de estilos de jogos entre Tite e Diniz. Com erros bobos da defesa, o Brasil acabou perdendo por 2×1 para o Marrocos, em Tanger.
Mais dois jogos contra seleções do continente africano, Guiné e Senegal. Contra a primeira, em Barcelona, uma vitória confortável por 4×1. No entanto, voltou a perder na partida seguinte, uma derrota inédita para Senegal por 4×2, em Lisboa, também marcada por vários erros individuais, principalmente de defensores.
Apesar da goleada diante de Guiné, ficou claro que o Brasil não tinha um padrão estabelecido. Início de ciclo de trabalho sempre é complicado, ainda quando muito se modifica entre os atletas já acostumados com o treinador anterior. Só que mais do que problemas de entrosamento e táticos, vimos muitos erros individuais grosseiros, que não se justificam pela mudança de comando.
As Eliminatórias
Após estes breves amistoso, deu-se o pontapé para o início das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O Brasil teve um bom início, com goleada por 5×1 contra a Bolívia e vitória por 1×0 sobre o Peru nos dois primeiros jogos. Na terceira rodada os problemas voltaram a ficar evidentes, com a ineficácia ofensiva diante da Venezuela e mais um resultado inédito, o empate em 1×1 em solo brasileiro.
Depois do jogo ruim contra os venezuelanos, ficaram escancaradas as deficiências do Brasil. Jogadores que antes eram unanimidade para os torcedores, como Marquinhos ou Casemiro, acumulavam erros, com outros atletas seguindo este padrão. Pouca gente se destacava.
Desta forma, nas três partidas seguintes, três derrotas: 2×0 para o Uruguai em Montevideu; 2×1 para a Colômbia, em Barranquilla; e 1×0 para a Argentina, em pelo Maracanã.
As convocações não variavam muito, e talvez seja muito perto do que o futebol brasileiro tem de melhor, o que é preocupante. Jogadores que se apresentaram com futebol ruim, com erros até infantis. Outros totalmente despreparados para assumir o peso da camisa da Seleção Brasileira.
“Neymardependência”
Por mais que muitos tentam dizer o contrário, o Brasil depende muito do que joga Neymar. Mesmo ele estando mal dentro de campo (e até para alguns estava fora da forma física ideal), como em alguns jogos, ele ainda era o mais capaz de demonstrar algo diferente dentro de campo. Isso é evidente com a queda vertiginosa do desempenho da Seleção depois de sua lesão.
E mais, jogadores de quem se espera muito, até por seus desempenhos em clubes, como Vinicius Junior, Rodrygo, Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli, entre outros, pouco conseguem entregar na Seleção Brasileira, com poucos momentos de brilhantismo.
Crise no comando da CBF
Nos últimos anos, a CBF vem colecionando problemas com seus mandatários. E não seria diferente com Ednaldo Rodrigues. Já cercado de polêmica com a sua forma de trabalho, com pessoas próximas informando que ele prefere centralizar todo o poder e decisões, invés de delegar funções, sua posição de presidente foi dada como ilegal pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e assim afastado do cargo.
Tal situação casou insatisfação na FIFA, que ameaça sanções aos clubes e à Seleção. O caso ainda tem muito a ser debatido, e uma decisão deve ser tomada nas próximas semanas.
Este problema pode recair ainda na situação do técnico do Brasil. Ancelotti diz que não tem nada acertado com a entidade para assumir ao final de seu contrato, em junho de 2024, que somente conversou com Ednaldo (que insiste que está tudo certo).
Um pouco mais sobre o caso aqui.
Agora, com Edinaldo fora, e com o real Madrid desejando manter seu treinador, o ano de 2024 também começa incerto. Lembrando que temos a disputa da Copa América em breve, além de ocuparmos a sexta colocação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, a última vaga após a repescagem.