O êxtase vivido pelo torcedor do Fluminense na noite de 2 de maio de 2023 certamente será algo eterno na mente e no coração de cada tricolor. Afinal, não foi apenas uma vitória em um jogo válido pela fase de grupos da Libertadores. Foi um atropelo pra cima de um dos gigantes do continente. Uma vitória compatível com o tamanho do Flu, do Maracanã e da persistência de Fernando Diniz.
É provável que absolutamente nenhum torcedor do Fluminense, se perguntado antes do jogo, diria que a equipe carioca iria vencer de maneira tranquila o River Plate. Afinal, é um clube gigante, vitorioso, tradicionalíssimo na Libertadores e que já vinha se destacando há anos na América do Sul com um bom futebol, desde a época de Marcelo Gallardo. Missão dura para o Tricolor das Laranjeiras. Era um cenário onde precisava se mostrar alternativas, variações, uma mistura de coletividade com individualidade. E o Fluminense ensinou direitinho como se faz.
Se a equipe comandada por Fernando Diniz tem como uma das características subir as linhas, se impor e ditar o ritmo do jogo, tais atributos também estão enraizados no DNA do clube argentino, que tentou, da maneira que pode, impedir o domínio tricolor na partida. E conseguiu durante um tempo. Até o início da etapa final, o jogo seguia um roteiro típico de Libertadores. Truncado, parelho, empatado em 1 a 1, gols de Cano e Beltrán, para o River. Foi aí que a noite começou a se tornar mágica.
É bem verdade que a expulsão do jogador argentino, aos 23 minutos do 2º tempo, tornou o jogo do Flu mais fácil, ou menos difícil. Fato é que poucos times atualmente desfrutariam de um homem a mais em campo com tanto apetite e qualidade quanto o Fluminense de Diniz. A partir daí o jogo fluiu, a genialidade de Ganso e o faro matador de Germán Cano, somados a uma entrega e disciplina de toda uma equipe, levaram o tricolor carioca a um dos maiores triunfos em toda a sua história. Do outro lado, o poderoso River Plate sofreu seu maior golpe numa competição continental. 5 a 1.
Foi o tipo de partida que o torcedor guarda o ingresso na carteira. Conta para todos que estava lá. Que ele não quer que acabe, que não tem como esquecer. Pode ser que no dia 4 de novembro, no mesmo Maracanã, o destino resolva coroar outro time, sem a conduta e a postura deste Fluminense. Pode ser que o título não vá para as Laranjeiras. Coisas do futebol. Mas sim, neste momento é necessário destacar, apreciar e exaltar uma equipe comandada por um dos treinadores mais subestimados e, ao mesmo tempo, promissores do futebol brasileiro.