O Campeonato Brasileiro Feminino de 2025 começou com uma marca significativa: 10 dos 16 clubes participantes contam com patrocínio máster de empresas do setor de apostas. Esse número, embora expressivo, ainda contrasta com a realidade da Série A masculina, onde todas as equipes possuem contratos ativos com as bets — muitas vezes em cifras milionárias.
No caso do futebol feminino, os patrocínios frequentemente estão atrelados a acordos firmados em conjunto com os times masculinos. Corinthians, Internacional e Juventude, por exemplo, firmaram parcerias que se estendem às suas equipes femininas.
A consolidação das bets como principais parceiras de marketing dos clubes segue o padrão já consolidado na elite masculina. No futebol feminino, apesar de os valores serem mais modestos, o movimento segue em expansão — impulsionado pela visibilidade crescente da modalidade e pelo interesse comercial que ela desperta.
Dados da bet KTO, que esteve em primeiro lugar em levantamento do site de apostas que paga mais rápido, mostram que o futebol feminino lidera com folga entre as apostas esportivas femininas. A modalidade concentra 43,46% do volume total e 89,25% da preferência entre jogadores ativos na plataforma.
O Brasileirão ocupa posição de destaque entre as ligas femininas. No ano passado, o campeonato teve 8,52% do volume de apostas e 12,09% da preferência geral, superando a Liga Mexicana Feminina, que registrou 11,16% da preferência. A Liga MX dominou os primeiros meses de 2025, com mais de 55% das apostas em competições femininas em janeiro e fevereiro.
Ecossistema que amadurece
A popularidade da modalidade é reflexo de um ecossistema que amadurece. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aumentou em 20% o investimento em cotas e premiações para 2025, totalizando R$ 8,25 milhões. No ano passado, o clássico Corinthians e São Paulo quebrou o recorde de público na final do Brasileirão Feminino, com 44.136 torcedores.
Entre outras medidas, a entidade também autorizou o aumento do número de profissionais nas delegações, além de custear transporte e alimentação das equipes. O protocolo antirracista da FIFA será adotado, ampliando o comprometimento com causas sociais e éticas no esporte.
O cenário regulatório também favorece esse ambiente em transformação. A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF) passou a exigir que todas as casas de apostas com autorização para operar no Brasil utilizem o domínio “bet.br”, como no caso da própria KTO, que alterou seu site de https://www.kto.com/pt/ para https://www.kto.bet.br/.
Além disso, as empresas devem cumprir uma série de exigências legais, como a comprovação de capacidade financeira, mecanismos para coibir o acesso de menores de idade e a oferta de apostas apenas em modalidades autorizadas.
Essa mudança aumenta a segurança jurídica para os clubes, que agora podem firmar contratos com empresas formalmente reconhecidas no país. Com a nova legislação, é possível selecionar parceiros com base não apenas no valor financeiro, mas também na credibilidade que oferecem ao projeto.
Fiscalização de sites de apostas
Outro avanço importante foi a publicação da Portaria nº 31 pelo Ministério do Esporte, que regulamenta a fiscalização de sites de apostas esportivas. A medida, publicada no Diário Oficial da União em 07 de abril, atribui à Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte a responsabilidade de monitorar o cumprimento das normas por parte das operadoras.
Entre as funções da equipe fiscalizadora estão a verificação da regularidade das marcas, a restrição às modalidades autorizadas e a prevenção ao acesso de menores às plataformas.
A portaria também prevê a criação de uma plataforma própria de integridade, além da possibilidade de firmar parcerias com instituições públicas e privadas — nacionais e internacionais — para aprimorar os mecanismos de controle e transparência. Trata-se de uma etapa fundamental para combater práticas como manipulação de resultados, que ainda pairam como sombra sobre o setor.