Assim que aconteceu o sorteio da Euro 2020, todas as atenções se voltaram para o Grupo F. Ele contava com Portugal, o campeão da última Europa e vencedor da Liga das Nações; França, vice-campeã da Europa e atual campeã do mundo; e a poderosa Alemanha, que ainda tem em seu elenco diversos jogadores que venceram o Mundial do Brasil em 2014. A Hungria acabou posteriormente parando no meio desses gigantes depois de ultrapassar a Islândia no playoff de acesso.
Conhecido como o “grupo da morte”, os amantes do futebol teriam a oportunidade de assistir a jogos de altíssimo nível, considerados como autênticas finais antecipadas. E apesar desse sorteio no mínimo curioso, Portugal, França e Alemanha poderiam passar de fase, uma vez que as regras ditam que os quatro melhores terceiros classificados também se qualificam para as oitavas de final. Era o mais provável de acontecer, e finalizada a disputa de grupos qualquer uma das três seleções seria uma forte candidata ao título. Mas o esporte é sempre imprevisível.
Uma Hungria que ainda tentou baralhar as contas
Depois de perder por 3 a 0 na estreia contra Portugal, em um jogo que apenas ficou decidido na fase final da partida, a Hungria empatou com a França e acabou embolando o grupo. Na última rodada, a França seguia na frente com 4 pontos, Portugal e Alemanha vinham atrás com 3 pontos e a Hungria ocupava o último posto com apenas 1, mas ainda com muita esperança de avançar. E surpreendentemente, os húngaros quase conseguiram uma vitória diante da Alemanha e estiveram bem próximos da classificação.
Durante os 90 minutos dos últimos confrontos, o grupo sofreu alterações constantes e somente a França teve a tranquilidade de jogar com a vaga garantida. Perto do final a Alemanha conseguiu o empate com a Hungria e as três seleções favoritas acabaram seguindo adiante.
No entanto, a Hungria trouxe muita emoção ao “grupo da morte” e deixou todo mundo com o coração nas mãos – os alemães durante largos períodos de tempo e, por breves instantes, até os portugueses. Os húngaros caíram assim com o sentimento de dever cumprido.
O tombo nas oitavas de final
Bélgica x Portugal. Inglaterra x Alemanha. França x Suíça. Assim ficaram as oitavas de final para as seleções do Grupo F. Portugal e Alemanha eram os favoritos nos seus respetivos duelos, mas ninguém previa que os jogos seriam fáceis. É bom lembrar que a Bélgica lidera o ranking das seleções e a Inglaterra… é a Inglaterra, e tem que entrar em qualquer campo para vencer, ainda mais jogando em casa (no mítico estádio de Wembley). Já a França todo mundo esperava que conseguisse passar pela sua vizinha Suíça sem grandes dificuldades dada a diferença de qualidade entre as duas equipes.
Mas o futebol provou mais uma vez que é uma verdadeira caixinha de surpresas. A Bélgica venceu Portugal por 1 a 0, em uma partida muito disputada em que perdeu duas das suas grandes estrelas devido a lesões: Kevin De Bruyne e Eden Hazard. A Inglaterra conseguiu nos últimos 15 minutos marcar dois gols e confirmar a superioridade que havia demonstrado ao longo do jogo, vencendo então por 2 a 0. E se Portugal e Alemanha ainda têm a (boa) desculpa de ter enfrentado outras seleções poderosas, a França nem isso. Perdeu contra a Suíça na loteria das grandes penalidades, num jogo frenético que acabou empatado em 3 a 3 e que ficou marcado por várias oportunidades desperdiçadas para o lado dos franceses. E foi o astro Kylian Mbappé que falhou o pênalti decisivo (ele que havia marcado na final do Mundial, frente à Croácia).
Essa tripla eliminação precoce foi a grande surpresa do torneio e certamente estragou as contas da maioria dos competidores nas ligas de fantasia. De uma só vez caíram três das grandes favoritas ao título. Melhor para o restante das seleções, que suspiraram aliviadas vendo gigantes sendo eliminados.
Com tudo isso, a única certeza absoluta que fica é que, com a saída de Portugal, teremos um novo campeão da Europa.